As empresas terão que proporcionar soluções inovadoras com recurso a formas de trabalhar ágeis, suportadas por tecnologias flexíveis e escaláveis.
Pilares Fundamentais
Concluímos que existem nove pilares principais para acelerar a transformação digital nas organizações.
O sucesso e a velocidade da transformação digital de uma organização depende em primeira instância de uma gestão de topo que promove e valoriza a inovação, a agilidade e a colaboração. Uma gestão que quebra silos dentro da organização e une as pessoas em torno de uma causa comum, que promove novas formas de trabalhar, que cria um ambiente onde é seguro experimentar, falhar, mas falhar rapidamente para se poder chegar em pouco tempo a novos modelos de negócio, novas experiências, novos produtos e serviços que vão ao encontro das expectativas – cada vez mais exigentes – dos clientes, colaboradores e parceiros.
Uma estratégia digital bem definida, alinhada com os objetivos de negócio da organização, adequadamente comunicada e compreendida por todos é outro dos fatores críticos de sucesso de qualquer programa de transformação digital. A estratégia deve comunicar onde estamos, para onde queremos ir, o que temos de fazer para chegar ao destino, qual o papel de cada um e da tecnologia neste processo. A estratégia digital torna-se assim um instrumento de gestão que une a organização em torno dos objetivos, dos passos que é necessário dar para os atingir e estabelece os timings em que devem ser executados.
Colocar o utilizador final (e.g., o cliente, o colaborador, o parceiro) como foco da transformação digital. Desenhar jornadas, produtos, serviços e experiências que vão ao encontro das expectativas e respondam às necessidades do utilizador final.
Para desenhar e desenvolver as melhores jornadas, produtos, serviços e experiências, as organizações devem criar equipas multidisciplinares com autoridade e autonomia para experimentar, inovar e lançar soluções para o mercado.
As organização que constituem equipas multidisciplinares e adotam formas de trabalhar ágeis conseguem rapidamente passar do desenho à prototipagem (e.g., Design Thinking e Agile), e desta a uma solução viável num curto espaço de tempo quando comparado com metodologias tradicionais de desenvolvimento. As metodologias ágeis permitem, em curtos intervalos de tempo e de forma incremental, adicionar novas funcionalidades às soluções e recolher feedback a cada incremento.
As organizações, no contexto da definição da sua estratégia digital, devem avaliar a sua arquitetura tecnológica, identificar os principais constrangimentos à flexibilidade, escalabilidade, velocidade e definir planos de evolução da sua arquitetura tecnológica para os dirimir. As organizações que adotam tecnologias como o low-code, a cloud e as aliam a abordagens Agile e de DevSecOps – aquilo a que chamamos Modern IT Delivery – conseguem rapidamente lançar novas soluções, automatizar processos, e adaptarem-se à evolução dos requisitos devido à velocidade e facilidade com que é possível provisionar recursos de computação, fazer uso de plataformas tecnológicas e desenvolver aplicações
A utilização dos dados gerados nas soluções e a sua análise é fundamental para avaliar se os produtos, serviços, experiências e soluções que estamos a lançar estão a ir ao encontro das expectativas e necessidades dos nossos utilizadores finais. As organizações que fazem uso de analítica avançada para gerar insights com base na informação relacionada com a experiência do utilizador tomam melhores decisões e conseguem corrigir o curso com base em factos ao invés de tentativa e erro, reduzindo o tempo e esforço necessário para chegar ao produto final.
A confiança dos clientes é e continuará a ser um dos fatores de maior relevância para o sucesso das organizações e depende da segurança que sentem ao longo das diversas interações com a organização nos seus variados canais. A jornada de transformação digital deve ser encarada como uma oportunidade para melhorar o ambiente de controlo da organização
Por fim, o estabelecimento de parcerias estratégicas com empresas inovadoras e com experiência na entrega de programas de transformação digital é essencial para acelerar a jornada das organizações, ajudá-las a gerir o risco inerente a programas desta natureza e a beneficiar da experiência, capacidades e competências que estes parceiros adquiriram ao longo dos anos.
Artigo de Bruno Oliveira, Director de Technology Consulting da KPMG, publicado no Caderno Especial “Transformação Digital ” da edição de novembro de 2023 (n.º 212) da Executive Digest.
